Usualmente, quando pensamos em violência doméstica, temos a tendência para pensar em violência física perpetuada por um parceiro. Contudo, a violência doméstica é muito mais do que isso; e existem várias formas da mesma. Neste caso vamos falar de seis, que vão para além da violência física. Lembre-se que amor não é estar apaixonado, amor é respeito.
1. Controlo
O comportamento mais comum nos casos de violência doméstica é o controlo que um parceiro exerce sobre a vítima. Usualmente, o abusador tenta controlar a vítima restringindo o seu contacto com amigos e familiares e limitando as suas atividades sociais. Este tipo de ambiente é o que permite que a relação perdure. Isto não significa que exista violência física, por vezes tudo gira à volta de pura manipulação psicológica. Normalmente começa com algo pequeno, e antes que a vítima se aperceba, o abusador já controla todos os aspetos da sua vida.
2. Abuso financeiro
Digamos que ficou desempregada ou decide ser mãe a tempo inteiro: irá necessitar de apoio financeiro, certo? Um abusador sabe disso, e usualmente instiga este tipo de situação, interferindo na capacidade da vítima conseguir apoio financeiro. Quando isto acontece, o abusador aproveita-se da situação controlando o acesso da vítima ao dinheiro. O abuso financeiro é usado para ganhar controlo sobre a vítima – esta é, na realidade, a forma mais fácil de o conseguir.
Usualmente, o abusador usa táticas para sabotar o emprego da parceira, como ligar constantemente para o seu local de trabalho, aparecer no local de trabalho e fazer cenas. Outras vezes fá-lo de formas mais subtis, tais como incentivar a vítima a deixar o seu trabalho porque o patrão ou os colegas não valorizam o seu trabalho e não a valorizam como pessoa. A vítima sente que no parceiro está um porto-seguro e não será esse o caso.
3. Abuso tecnológico
A tecnologia surgiu e deu aos abusadores uma nova forma de controlar os parceiros. As passwords, a informação online, o acesso a contas e históricos são formas de controlar uma vítima. Isto não acontece apenas porque o abusador quer saber o que a vítima está a fazer, mas também como uma forma de ameaça, como por exemplo: publicar conteúdo pessoal da vítima. A chamada revenge porn é um exemplo de abuso tecnológico – por vezes o abusador controla a vítima apenas com a ameaça de que vai colocar online conteúdo íntimo sobre a vítima.
4. Perseguição
Hoje em dia, também devido à tecnologia disponível, é muito fácil perseguir alguém. Se alguém tiver acesso à password da sua App store ou da Google store, e fizer tracking do seu telemóvel através do sistema de GPS como, por exemplo, através da geolocalização, saberá onde estará a toda a hora. Os abusadores não roubam apenas informação das contas, mas também instalam apps que lhes enviam informação, para lhes permitir saber a toda a hora onde está a vítima e o que está a fazer. Mesmo que a vítima deixe o abusador, a perseguição depois deste ato é muito frequente, e este tipo de tecnologias é muitas vezes usada para o conseguir, sendo extremamente perigosa.
5. Raiva excessiva
Não pense que é apenas quando um parceiro agride a vítima fisicamente que esta está a sofrer de violência doméstica. Os acessos de raiva também são violência doméstica. Os acessos de raiva verbal são muito comuns nestes casos, e dão origem a situações tais como destruir os bens da vítima, gritos e insultos. Lembre-se que amor é respeito!
6. Usar os filhos contra a vítima
Muitas vezes, quando existe violência doméstica numa relação e esta envolve crianças, o abusador ganha ainda mais controlo sobre a vítima. Regra geral, o abusador ameaça retirar os filhos à vítima: rapto ou custódia. Outras vezes vira os filhos contra a vítima, manipulando a sua perspetiva sobre a situação. Isto não causa apenas danos na vítima, mas também danos graves nas crianças envolvidas.