Fotografia: Bloomsbury Books
A contrapartida? A vigilância excessiva, a falta de privacidade e o facto de estas mulheres estarem lá para gerar filhos que não serão seus.
Esta é a premissa do livro de Joanne Ramos, “A Quinta”.
Golden Oaks é um luxuoso complexo, onde várias mulheres são contratadas para serem barrigas de aluguer de casais que não conseguem engravidar. A elas é-lhes providenciado um quarto luxuoso, refeições nutricionalmente completas, treinadores, massagens e muito dinheiro. Tudo para que os bebés nasçam o mais saudável e nas melhores condições possíveis.
Ao contrário de outras obras que nos dão a conhecer o lado de quem recorre a barrigas de aluguer, em “A Quinta” conhecemos, sim, a história e as motivações daquelas que aceitam carregar o filho de outra pessoa. Não são caprichos ou a aspiração a uma grande riqueza, é a necessidade de mudar a sua vida e de criar um melhor futuro para os seus próprios filhos, a busca por um futuro melhor, para si e para as suas famílias.
Fotografia: @biblioteka.katowice.filia25 (via Instagram)
Ainda que muito controverso e eticamente questionável, as condições a que estas mulheres têm acesso são propícias e pensadas para uma gravidez calma e tranquila. E isso levou-nos a pensar em todas aquelas mulheres que se submetem a ser barrigas de aluguer, mas não têm essas condições. Quão regulamentados são esses processos? Quem e como se cuidam das grávidas e dos bebés que estão a gerar? Que mulheres são realmente voluntárias e quantas são forçadas a fazê-lo?
Acima de tudo, “A Quinta” é um livro que nos faz pensar e questionar a nossa realidade. É, por isso, uma das nossas sugestões para o Clube de Leitura das Josefinas de novembro.
Fotografia: @whatciarareads (via Instagram)
Sabia que a autora de “A Quinta”, Joanne Ramos faz parte da direção de uma organização sem fins lucrativos, The Moth, que procura proporcionar espaço e ferramentas para que a pessoas consigam desenvolver a arte do personal storytelling? Mais uma razão para acompanhar o seu trabalho!
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