Chimamanda Ngozi Adichie é uma autora nigeriana cujo trabalho ressoa mundialmente. As suas obras encontram-se traduzidas em mais de trinta idiomas, tal é o impacto da sua mensagem.
Ainda em criança, começou a escrever as suas próprias histórias, e foi profundamente marcada pela inexistência de personagens negras – a sua consciência social formou-se bastante cedo. Chimamanda estudou Medicina na Nigéria, por um curto período, e rumou aos Estados Unidos da América, onde estudou Comunicação e Ciência Política. Desde cedo, teve contacto com o mundo da comunicação, editando a revista The Compass com os colegas de curso, ainda na Nigéria, e escrevendo uma série de artigos para jornais universitários nos EUA. Depois de terminar a sua formação, fez um mestrado em Escrita Criativa na Johns Hopkins University e estudou História Africana em Yale.
Chimamanda é uma das mais significativas vozes do movimento feminista na atualidade e continua a lutar pelos direitos das mulheres.
Desde muito cedo, Chimamanda usou a sua voz para se pronunciar acerca de temas importantes como o racismo, a injustiça social e a igualdade de género (ou falta dela). Através da sua astúcia, do seu sentido de humor, e da sua capacidade de contar histórias, brindou o mundo com alguns dos mais poderosos discursos.
Em 2012, a sua apresentação “We Should All Be Feminists” correu o mundo e, pouco depois, transformou-se no livro com o mesmo nome. Escolhemo-lo para ser uma das nossas sugestões de abril no Clube de Leitura da Josefinas por ser tão pertinente, tão fluido e tão divertido. Este livro transformou-se num marco cultural no que diz respeito à mensagem feminista – merece todo o destaque.
Neste manifesto, Chimamanda partilha histórias do seu percurso pessoal que demonstram o quão intrínseco está (ainda) o machismo na nossa sociedade, quão desvalorizado é o discurso feminista e quão demonizada está a palavra “feminista” – o movimento Feminista ainda não é compreendido por todos e muitas pessoas acreditam que se refere à superioridade das mulheres, o que não podia estar mais longe da verdade.
Em “Todos Devemos Ser Feministas”, Chimamanda mostra-nos que o sexismo é uma realidade e que aceitar a sua existência é o primeiro passo para o erradicar. Questões como a disparidade salarial ou a “histeria” associada à mulher feminista são abordadas de forma concreta e carregadas de humor. Mas a mensagem a passar é bem séria: só há uma forma de lutar contra o sexismo - aceitando o facto de que ele existe e educando as gerações futuras a deixar de lado o sistema opressivo em que vivemos.
Todos devemos ser feministas. Porque ainda é comum existirem critérios duplos para ambos os sexos; porque as mulheres ainda são objetificadas; porque ainda existem disparidades salariais; porque ainda é normalizada a violência de género.
É com mestria e um sentido de humor engenhoso que Chimamanda nos faz acenar em concordância, num livro que lemos sem custo. Esta é uma obra incontornável, um discurso para nos fazer refletir com uma mensagem que deve e merece ser difundida.