É com vergonha que vos dizemos que, até a editora Planeta (que se juntou a nós na iniciativa solidária em prol da Npili School) nos ter sugerido este livro de Sonia Purnell, não conhecíamos a história de Virginia Hall... e é por causa das histórias que ainda não conhecíamos, das mulheres que descobrimos e das autoras a quem damos destaque que acreditamos que o Clube de Leitura da Josefinas faz todo o sentido.
“Uma Mulher sem Importância” é uma biografia que não passa despercebida nas mesas e estantes das livrarias. A sua capa vermelha, associada à informação de que se trata de um livro sobre “a espia mais procurada pela Gestapo” deixa-nos curiosas, e quando vemos o nome da protagonista... percebemos que, finalmente, mulheres que fizeram História estão a ter o destaque merecido.
O título é, no mínimo, irónico – uma vez que esta mulher teve, indubitavelmente, um papel importante na Segunda Guerra Mundial. Virginia ficou esquecida no tempo, mas Sonia Purnell decidiu partilhar as conquistas desta espia com o mundo e fê-lo de uma forma detalhada, baseada em documentos de época, testemunhos de ex-agentes secretos e numa minuciosa pesquisa.
Fotografia: @bookosis (via Instagram)
Numa das épocas mais negras da História da Humanidade, Virgina Hall provou a sua lealdade, a sua inteligência e a sua capacidade de se colocar no lugar do outro. “Uma Mulher sem Importância” é um livro que ressalva a importância da perseverança e do respeito, que destaca uma mulher que foi, até então, ignorada por todos – devíamos ter lido algo sobre ela nos nossos livros de História!
Virginia Hall era “apenas” uma socialite americana, mas revelou ser, enquanto parte da organização de espionagem liderada por Winston Churchill (conhecida por “Ministério da Guerra Não Cavalheiresca”), um elemento central da Resistência Francesa. Foi descrita pela Gestapo como “a mais perigosa de todas as espias aliadas” numa transmissão urgente que incentivava os seus agentes “a procurá-la e distruí-la” e sobreviveu, não só tendo ficado marcada por ser a primeira mulher aliada em terras inimigas, mas também tendo sido a primeira mulher civil condecorada com a Distinguished Service Cross, em setembro de 1945.
Fotografia: @rodriguezbooks (via Instagram)
Virginia, que antes de se tornar espia tinha perdido uma perna e passou a usar uma prótese de madeira que poderia comprometer a sua identidade, estabeleceu uma vasta rede de espiões por toda a França, organizou a chegada de armas e explosivos, dinamitou pontes, e libertou prisioneiros. Tudo isto com ferocidade, autonomia e a certeza de que seria capaz de tudo aquilo a que se propusesse.
É uma pena não termos conhecido a história de Virginia Hall antes, pelo que esta é uma leitura que não podíamos deixar de recomendar. Por isso, durante o mês de junho, convidamo-vos a juntarem-se ao Clube de Leitura da Josefinas, a lerem esta obra de Sonia Purnell e a partilharem connosco as vossas opiniões através do #JosefinasBookClub no Telegram ou no WhatsApp (basta enviarem-nos uma mensagem para fazerem parte deste grupo).