08 Mar 2022
Dia Internacional da Mulher | 12 empresas, fundadas por mulheres, que estão a fazer a diferença no mundo
“Imagine um mundo onde a igualdade de género é uma realidade."
Josefinas_Blog_12_Companies_Founded_by_Women

#BreakTheBias é o mote para o Dia Internacional da Mulher 2022, que se celebra hoje e que não deve passar despercebido até todas as pessoas terem acesso aos mesmos recursos e até que os Direitos Humanos sejam, realmente, para todos, independentemente do género, religião, estado civil, nacionalidade, convicções políticas ou capacidade financeira.

Para nós, na Josefinas, o Dia Internacional da Mulher é um dia de reflexão e de consciencialização para o trabalho que está a ser feito na luta pelos Direitos Humanos, mas também um lembrete de que há ainda um longo caminho a percorrer.

Hoje, as Josefinas ficam guardadas e, ao longo do dia, iremos partilhar empresas e projetos, todos eles fundados por mulheres, que têm filosofias interessantes e têm feito a diferença nas suas comunidades e no mundo em que vivemos, pelas mais variadas razões.

 

Josefinas_Huue

 

Michelle Zhu e Tammy Hsu são as fundadoras da Huue, uma empresa com uma proposta inovadora em prol do ambiente.

A indústria da moda tem uma pegada ambiental enorme e, quando estamos a falar de calças de ganga, isso é ainda mais preocupante. O azul índigo usado nas calças de ganga é extremamente poluente, pois recorre a produtos químicos perigosos – como benzeno, formaldeído e amido de sódio – e petróleo, emissor de carbono, para ser produzido. Isto significa que os seus químicos contaminam centenas de litros de água durante todo o processo de produção.

Com isto em mente, Michelle e Tammy recorreram à biotecnologia e desenvolveram, ao lado da sua equipa de especialistas, o azul índigo biossintético, com cinco vezes menos potencial de toxicidade em comparação com as fontes químicas utilizadas pela maioria dos fabricantes.

A Huue venceu o prémio da Fashion For Good pelo seu trabalho inovador e as fundadoras já receberam algumas distinções pela ideia e resultados obtidos (em janeiro deste ano, Michelle foi eleita pela Forbes para a lista “30 Under 30” e Tammy foi destacada na lista da #NewsweekDisruptors).

As fundadoras da Huue continuam a trabalhar para apresentar novas cores e criar os tingimentos mais sustentáveis do mundo para a indústria da moda.

 

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Ibukun Baldwin nasceu em Inglaterra e vive em Manchester, mas as suas raízes são nigerianas e ela não se esquece disso, partilhando-o (e bem!) com orgulho. No mundo de Ibukun, a moda é lenta, pessoal, justa e todo um processo de partilha... e foi com isso em mente que surgiu a sua marca, Bukky Baldwin, que cria peças impressionantes e, ao mesmo tempo, oferece oportunidades de emprego para todos na sociedade.

Bukky é especialista em impressão, ilustração e bordado, e as suas peças são feitas à mão por refugiados e comunidades marginalizadas que precisam de trabalho, sob um salário justo. As suas propostas de vestuário celebram a individualidade de quem cria a peça e de quem usa cada um dos seus looks.

Ibukun está determinada a usar esta marca como uma ferramenta defensora de mudanças socioeconómicas positivas. Como fundadora de uma empresa independente que acredita em decisões éticas, cada peça de roupa é criada com recurso a polyester produzido localmente (em Manchester).

Bukky Baldwin preocupa-se com o planeta e esforça-se para que o impacto da sua marca no ambiente seja o menor possível. Exemplo disto é a produção por medida, o que significa que a marca não trabalha com stocks e não existe o risco das suas coleções acabarem em aterros sanitários.

 

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Joana Moscoso e Tatiana Correia são as mulheres por detrás da ideia que tem como objetivo promover a ciência e a alfabetização linguística em crianças em idade escolar.

É através da Native Scientist, uma empresa sem fins lucrativos, fundada pelas duas portuguesas no Reino Unido, que, com a ajuda de uma rede internacional de cientistas voluntários, desmistifica preconceitos e mostra que a ciência é essencial para a nossa evolução.

A Native Scientist aposta em programas de divulgação científica e educação que dão às crianças a oportunidade de conhecer cientistas e descobrir o mundo da ciência e do ensino superior de uma forma interessante e relevante, em workshops e experiências em sala de aula no ensino básico e secundário. No entanto, a empresa também convida os cientistas a regressarem às suas escolas primárias para partilharem o seu conhecimento com as crianças de hoje, promove eventos em universidades, museus e outros locais públicos (ligando cientistas e adolescentes pertencentes a minorias étnicas e migrantes) e tem, ainda, um programa dedicado a empresas, formando os colaboradores para a comunicação científica e para a inovação que tem a ciência como base.

A educação é a ferramenta para a mudança. Joana e Tatiana, a partir da Native Scientist, mostram que esta não é apenas uma frase feita.

 

Josefinas_Too_Good_To_Go

 

Quando souberam que, a cada ano, mais de um terço dos alimentos produzidos no mundo vai para o lixo, sendo este valor responsável por 10% de todas as emissões de gases de efeito estufa, Lucie Basch e Jamie Crummie decidiram colocar as mãos à obra e lançar a Too Good To Go, uma aplicação para smartphone criada com o objetivo de combater o desperdício alimentar ao atuar em quatro frentes: agregados familiares, negócios, educação e política.

A ideia surgiu na Dinamarca em 2016, e a Too Good To Go, com certificação B Corp, presente em mais de uma dezena de países, liga estabelecimentos que vendem o seu excedente alimentar diário a utilizadores que podem, assim, adquirir refeições de qualidade, a preços mais acessíveis, e contribuir para um sistema de economia circular.

A Too Good To Go consciencializa as famílias para o problema do desperdício alimentar e oferece uma solução vantajosa para si e para o ambiente, está a desenvolver material educativo para utilização nas escolas e universidades com o objetivo de ensinar os mais novos a valorizar e a respeitar a comida, e dá uma nova fonte de rendimento aos negócios de restauração que não tinham solução para os produtos que, apesar de seguros e bons para consumo, iriam para o lixo pelo seu aspeto ou por não serem vendidos até ao fecho do espaço. A par disto, a empresa tem como objetivo trabalhar com os governos de vários países para conseguir implementar leis em prol do meio ambiente, contra o desperdício.

 

Josefinas_Benefit_Cosmetics

 

“Em 1976 decidimos tirar a nossa sorte com “cara ou coroa”, se saísse cara abríamos um café; se desse coroa abríamos uma loja de maquilhagem!”

As gémeas Jean e Jane Ford, maquilhadoras de sucesso no Indiana, transformaram um sonho em realidade e abriram uma boutique de beleza em São Francisco – The Face Place. Decorria o ano de 1976 e o objetivo era criar uma loja especializada em produtos de solução rápida para dilemas de beleza – algo inovador nessa época, e que gerou uma nova forma de encarar estes produtos. Anos depois, The Face Place passou a Benefit Cosmetics e a essência da marca não se perdeu.

Benefitagora presente em mais de 50 países, com mais de 3000 Brow Bars e 85 boutiques pelo mundo inteiro, tem como missão o empoderamento feminino e, mais do que uma marca de produtos de beleza, é uma marca que se preocupa com o bem-estar, que acredita que o sorriso é o melhor cosmético e que está associada a causas sociais ligadas ao bem-estar da mulher. Desde 2008, são as filhas e sobrinhas das cofundadoras - Maggie e Annie Ford Danielson – que gerem a marca, viajando pelo mundo para levar diversão e o “know-how” de beleza mais longe e mostrar às mulheres que não se devem esconder atrás da maquilhagem, mas sim elevar as suas características tão especiais.

 

Josefinas_Atena_Foundation

 

A Fundação ATENA para a Criança e Mulher é uma instituição guineense, fundada em 2015 com o objetivo de promover a igualdade do género e a proteção da criança e da mulher nos domínios da Liderança, da Educação, da Formação e dos Direitos Humanos.

É através do Colégio Npili, fundado por Neima Ferreira, e de outros projetos, que meninas e mulheres têm acesso a educação e formação. O Colégio protege e ajuda crianças, jovens e mulheres no seu percurso escolar e profissional, e tem como principal missão emancipar as raparigas através do acesso a uma educação de qualidade. Neste momento, a fundação está a construir uma escola para meninas na Guiné-Bissau, contando já com o Jardim de Infância e uma biblioteca com mais de sete mil livros, doados pela nossa bonita e generosa comunidade.

No futuro, o Colégio Npili oferecerá 15 anos de educação (desde a pré-escola até ao último ano do Ensino Secundário), com a opção de internato para raparigas com problemas económicos e sociais. O caminho para a Igualdade de Género faz-se através da Educação, pelo que não poderíamos destacar esta fundação que tem feito a diferença nas vidas das comunidades guineenses (que não irá parar até alcançar todos os objetivos!).

 

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De acordo com o Fórum Económico Mundial, a igualdade de género tem uma influência fundamental na prosperidade da economia e da sociedade. Isto significa que um governo mais equilibrado é propenso a maior sucesso. No entanto, as mulheres concorrem menos a posições em cargos públicos do que os homens e, portanto, estão sub-representadas. Só nos Estados Unidos da América, as mulheres estão sub-representadas em todos os níveis nos mais de 500 000 cargos eleitos.

A She Should Run, uma organização sem fins lucrativos e apartidária, pretende mudar este paradigma e aumentar significativamente o número de mulheres que consideram concorrer a cargos públicos.

Fundada por Erin Loos Cutraro, a fundação incentiva mulheres de todas as áreas a explorar a possibilidade de concorrerem a cargos públicos, identificando e enfrentando as barreiras que ainda existem. Assim, a fundação trabalha pela Igualdade de Género na Política, e fá-lo através de variados programas e conteúdo orientado por dados estatísticos fidedignos, da educação e da ação coletiva.

Acreditando que, ao incentivar mais mulheres a concorrer estaremos a construir um governo mais eficaz e representativo, a She Should Run pretende ajudar 250 000 mulheres a assumirem cargos políticos até 2030.

 

Josefinas_Tonic_App

 

Daniela Seixas, especialista em neurorradiologia, decidiu que estava na altura de trocar os corredores do hospital por uma paixão antiga e criou a Tonic App, uma aplicação para smartphone criada para melhorar a comunicação entre hospitais, seguradoras e farmacêuticas.

A Tonic App ajuda os médicos a informar, diagnosticar e tratar os seus doentes ao agregar, numa única aplicação, todos os recursos profissionais de que necessitam no seu quotidiano. Milhares de médicos utilizam a Tonic App, onde podem, entre outras vantagens, fazer estadiamento de doenças oncológicas, utilizar calculadoras e escalas clínicas, fazer pesquisa inteligente de normas de orientação clínica e de códigos de atos médicos, discutir casos clínicos e ler notícias relacionadas com a área da saúde.

Por ter sido criado por médicos e especialistas, esta aplicação é fidedigna e utilizada por mais de 95000 profissionais em todo o mundo.

 

Josefinas_Akola_Jewelry

 

Tudo começou quando Brittany Merrill Underwood, uma estudante universitária, viajou com os amigos para o Uganda. Viver uma aventura de verão era o objetivo, mas quando colocou os pés no solo de um país que quase não conseguia encontrar no mapa, percebeu que não queria estar ali – afinal, todas as comodidades tinham ficado no local de partida e o destino fê-la sentir-se desconfortável, tendo assumido uma postura que a própria descreve como “mimada”.

A certa altura, a sua atitude mudou. Brittany decidiu ignorar o desconforto e fazer uma caminhada nos arredores da capital, Kampala e, numa casa sem quaisquer condições básicas, conheceu uma mulher que mudou totalmente a sua vida: Sarah vivia com significado e propósito, cuidando de 24 crianças que dormiam no chão – crianças que não tinham nada e a quem Sarah tentava dar tudo.

Foi este o choque de realidade que fez com que Brittany colocasse mãos à obra para mudar a vida desta mulher – reuniu fundos para ajudar Sarah e fez um plano para construir um orfanato para 180 crianças na comunidade. Brittany mudou-se para o Uganda e concretizou o projeto, conhecendo muitas outras mulheres na situação de Sarah, e fundou a Akola para elevar e defender mulheres em todo o mundo.

Akola significa “ela trabalha” num dialeto local do Uganda e a marca cria joias de inspiração global, oferecendo oportunidades de trabalho às mulheres do Uganda. Fundada em 2007, a marca começou com 15 mulheres que criavam os produtos debaixo de uma árvore e, hoje, a marca representa a história e a vida de cada mulher. Um primeiro emprego. Um primeiro passo. Uma nova vida.

 

Josefinas_ThirdLove

 

Todas as mulheres devem sentir-se confortáveis no seu dia a dia, na melhor versão de si mesmas... e Heidi Zak decidiu que estava na hora de o proporcionar, de dentro para fora. Em 2013, ela e o marido, David Spector, lançaram a ThirdLove, uma marca de roupa interior feminina que assegura que todas as mulheres se sentem confortáveis na sua pele.

Ao proporcionar uma coleção com cerca de 80 tamanhos de soutiens, a ThirdLove garante que todas as pessoas que os usam se sentem bem. É assim que Heidi e David apostam no empoderamento feminino, fazendo com que as mulheres se sintam confiantes e capazes de alcançar todos os seus objetivos no seu quotidiano. Com opções para todos os tipos de corpos, a ThirdLove não esquece algumas situações específicas, disponibilizando modelos de soutien para utilização pós-cirurgia, para recém-mamãs que estão a amamentar e, ainda, meios tamanhos de copa.

No entanto, a ThirdLove é mais do que uma empresa que produz roupa interior inclusiva. A empresa tem a certificação americana de “Great Place to Work”, tem em consideração o impacto ambiental dos produtos em fim de vida e desenvolve ações de responsabilidade social: é a empresa que doa mais roupa interior nos Estados Unidos da América e, em parceria com várias instituições, ajuda mulheres a fazerem mudanças significativas nas suas vidas. Quando os produtos devolvidos não podem ser doados ou revendidos, a ThirdLove com a TexAID para reciclar esses materiais e conferir-lhes novos usos.

 

Josefinas_Amaliah

 

As mulheres muçulmanas têm sido historicamente silenciadas e ignoradas. Para mudarem o paradigma, Nafisa Bakkar e Selina Bakkar fundaram a plataforma Amaliah, que se dedica a amplificar as vozes das mulheres muçulmanas e a oferecer conteúdo de qualidade, adaptado à realidade desta comunidade. Não é por acaso que a plataforma já recebeu vários prémios e referências em meios de comunicação com enorme visibilidade.

Com uma pegada digital de mais de cinco milhões de visualizações por mês e mais de 300 colaboradores, é através de artigos, vídeos, podcasts, redes sociais, eventos e parcerias com marcas que Amaliah coloca em destaque as diversas vozes e experiências dentro da comunidade que representa.

As mulheres muçulmanas merecem ser ouvidas – e isso é mais importante do que nunca. Em sete categorias distintas (identidade, relacionamentos, alma, moda, mundo, beleza e lifestyle) são abordadas mil e uma temáticas na perspetiva da mulher muçulmana. Para além de ser uma plataforma útil para as mulheres desta comunidade, é também uma fonte de informação e aprendizagem para pessoas de todo o mundo, de todas as religiões.

 

Josefinas_BeautyCounter

 

Vários estudos indicam que problemas sérios de saúde estão ligados à exposição contínua a produtos químicos tóxicos e ingredientes prejudiciais ao nosso bem-estar. Em 2011, quando Gregg Renfrew descobriu que, nos Estados Unidos da América, apenas 30 ingredientes de produtos de higiene pessoal e cosmética eram proibidos, tentou mudar a Lei.

Na União Europeia, 1400 ingredientes eram já proibidos na altura, e Gregg ficou preocupada com os critérios usados nos Estados Unidos da América – nunca tinha colocado em causa a toxicidade dos produtos que faziam parte das suas rotinas, pois assumia que, por estarem à venda, cumpriam critérios rigorosos. Enquanto lutava pela mudança junto das entidades responsáveis, criou uma alternativa que ainda não existia no mercado e lançou a Beautycounter.

A Beautycounter surgiu em 2013 com o objetivo de contribuir ativamente para as mudanças na indústria de beleza: oferecer maquilhagem e produtos de skincare de qualidade e não prejudiciais ao organismo é a sua missão. Os ingredientes usados pela marca são sustentáveis e não-tóxicos e a Beautycounter é totalmente transparente na sua comunicação e produção, revelando que todos os seus produtos e parceiros cumprem 12 padrões de segurança incontornáveis. A marca é certificada pela Leaping Bunny, tem em atenção a sua pegada ecológia e o impacto no ambiente, e trabalha com aconselhamento científico no desenvolvimento das suas fórmulas.